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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Entender um Pouco a Crise em Portugal



Segundo o Inquérito de Conjuntura aos Consumidores do Instituto Nacional de Estatística, apesar de o mês de Julho ter verificado uma melhoria no indicador de confiança dos consumidores, o índice nacional de confiança na situação financeira dos Portugueses para o futuro vai caindo, tanto mais que Portugal, seguindo o exemplo da Grécia e da Irlanda, pediu ajuda à Europa e isto está a ser visto com receio pela maioria.


A situação nacional não é, obviamente única, ao contrário. Globalmente fazem-se sentir os efeitos desta crise económica o que acontece é que Portugal passou a enfrentar uma grande dívida pública, que ficou cada vez mais difícil de ser financiada, devido ao processo gradual de perda de competitividade, com o aumento dos salários e redução das tarifas de exportações de baixo valor da Ásia para a Europa.

O governo de José Sócrates vinha tentando evitar pedir auxílio externo, tendo o ex-1º Ministro falado no assunto como um "último recurso", mas finalmente admitiu que não poderia financiar sozinho a dívida pública. Para agravar o panorama, ocorreu ainda o aumento das taxas de juros que o país é obrigado a pagar, causado pelas preocupações de investidores de que o país será incapaz de pagar os seus empréstimos. A confiança perdeu-se internamente um pouco em todos os sectores.

O governo anterior num intento de recuperar a confiança na economia procurou adoptar medidas austeras nomeadamente aumentos de impostos e das tarifas dos transportes públicos e corte de pensões, por seu lado no parlamento a oposição considerou tais medidas demasiado drásticas derrubando-as em Março, o que acabou por motivar a renúncia de José Sócrates ao cargo, o ex-primeiro ministro, no entanto, manteve-se em funções interinamente até às eleições de 5 de Junho.

Quando o governo de Pedro Passos Coelho assumiu funções, teve até ao mês de Julho para pôr em prática 47 medidas económicas e legislativas contidas no acordo anteriormente assinado com o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, sob pena de Portugal ficar sem a segunda parcela do dinheiro prometido ao país, no valor de 12 bilhões de euros (o programa prevê cumprimento de mais 80 medidas até Setembro e até Dezembro, quando será feita a terceira avaliação, mais 92 medidas). Passos Coelho entrou em velocidade, começou cortando a eito nas despesas do governo acabando com as regalias nos ministérios.

Ministros deixaram de ter direito a carro para uso pessoal ou fora da agenda oficial, acabaram os cartões de crédito para despesas de representação e passaram a haver limites salariais para os requisitados.

Mas não chegou e teve de cortar-se também em baixo, dessa forma várias outras medidas impopulares foram tomadas, ainda assim o executivo em funções está numa esfera positiva, em notícia de hoje do Jornal Sol, o líder do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, elogiou em Bruxelas os progressos feitos por Portugal na aplicação do programa de ajustamento e disse esperar que, desta feita, os mercados financeiros tomem em consideração os progressos já alcançados.

Ainda no mesmo jornal, diz-se que "reestruturação do Sector Empresarial do Estado (SEE), privatizações, alta velocidade ferroviária e introdução de portagens nas SCUT estão entre os temas que figurarão na agenda do Governo no novo ano político".

Para conhecer o programa de assistência financeira a Portugal consulte ESTE site. É do Banco de Portugal e contém informação e documentação relacionada com este programa.

Tentar adivinhar como serão as coisas de agora em diante seria apenas especulação, e não me parece que seja adequado uma vez que toda a gente em todo o lado o faz, por forma que o melhor é resumir os comentários àquilo que já se fez, dado que é a única coisa que se pode comprovar. Tudo o mais é vidência.

Lembra-me um amigo querido que costumava dizer: "a ver vamos..."

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