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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Falando de Dívidas



Dirá, após ler alguns destes artigos, que é muito bonito falar em poupança ou administração de orçamentos, mas e quem não tem um orçamento para administrar, seja por desemprego, seja porque o salário não chega, seja por... dezenas de razões.
Hoje em dia a maior razão para as famílias sentirem fortemente a falta de dinheiro é a acumulação de pagamentos a fazer.
Mas como é que as pessoas acabam assim endividadas?
Os motivos são variados, vamos então dissecar um pouco a questão das dívidas.


Com o aumento do crédito ao consumo, sem que aumentem proporcionalmente os rendimentos, os consumidores tendem a não resistir e começam a parcelar os pagamentos de diversas coisas, dado que aparentemente um pouco de cada vez custa menos a suportar. Mas uma coisa que a maioria não pensa então é que pouco + pouco = muito e tudo junto faz uma grande mossa no fim do mês.
Certamente que hoje em dia poucos têm capacidade financeira suficiente para adquirir os bens a pronto, de modo que as prestações são quase inevitáveis. Mas estou a adiantar-me. Voltemos aos motivos.

Uma das razões pelos quais o endividamento ocorre é a perda de verbas sem haver um ajuste adequado nas despesas. Com o aparecimento dos créditos "rápidos e fáceis" sobe o poder aquisitivo das pessoas e elas têm tendência para aumentar os seus padrões de vida ajustando-se à nova condição de poder ter "mais por menos" que é o que parece o parcelamento de pagamentos, (de facto apenas parece, pois com os juros acaba por ser bastante mais). Só que o consumidor raramente ajusta as suas despesas em conformidade, quando surge uma redução nos seus rendimentos. Crendo que a situação seja apenas temporária, muitas pessoas optam por equilibrar o orçamento contraindo novas dívidas. Pede-se aqui para pagar ali. O pior é quando a situação se torna mais permanente como é o caso de uma perda de emprego.

Nesta altura começam as buscas por outro posto de trabalho, e um erro que surge frequentemente é o de se subestimar o tempo e os custos de uma recolocação profissional. Bastantes vezes, as despesas originadas pela procura de emprego tendem a piorar mais ainda a situação financeira. Muitas pessoas entram também numa espiral depressiva ou de pânico e tendem a agir mais emocionalmente do que racionalmente. É preciso arranjar dinheiro a qualquer custo. Só que por mais que cortar gastos seja a última coisa que lhe passe pela cabeça, deverá ser esta a primeira providência a tomar.

Há a recordar aqui que a grande maioria das empresas evita contratar pessoas com reconhecidos problemas financeiros, porque o tempo que a pessoa passa preocupada com as suas contas pessoais tende a prejudicar o seu desempenho como profissional. E não vale a pena dizer que não. Por mais responsável que uma pessoa seja, não vai conseguir separar as coisas facilmente. Quando consegue.

Casos de divórcio/separação. Actualmente basta que se encontre em uma relação estável, para que possa passar por uma situação de separação de bens, e em caso de casamento, possível pagamento de pensão ao ex-cônjuge (quando não tem de pagar pelos filhos também). Para além disso a pessoa passa de uma situação em que podia contar com o companheiro para dividir despesas, para uma outra de ter que arcar com tudo sozinha, ou ainda partilhar parte do seu rendimento, já para não falar, dos eventuais custos associados ao processo em si.

Se bem que não atinja a todos, valerá a pena falar a respeito do vício do jogo. Bom, o jogo é apenas um de entre muitas formas de vícios, que vão desde o consumo compulsivo de substâncias até a dependência química, neste caso, o abalo financeiro é tremendo. Vale apresentar um simples exemplo dado que grande parte das pessoas são fumadoras: Supondo que fuma um maço de cigarros por dia, e arredondando o preço deste para 3 euros, após 30 dias são 90 euros que gasta e nem dá por isso.

Obviamente que as situações acima causam sérios problemas de saúde a muitas pessoas que são forçadas a gastar ainda mais dinheiro com tratamentos, ou a ter de faltar ao trabalho (quem ainda o tem). Por este motivo, sobretudo no caso de profissionais liberais, vêem-se diante de mais dificuldades financeiras.

Há diversas outras razões para o endividamento: Incapacidade de administrar dinheiro, dificuldades em poupar, enfim um vasto leque de factores, certo é que não podemos nem devemos censurar ninguém por esta ou aquela postura. Devemos sim ajudar e aconselhar porque coisas negativas não acontecem apenas aos outros e pode bem ser que a assistência que recusa hoje, venha a ser a sua mais valia amanhã.

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